TORPEDO Som # 10 - Uma banda e um trio que fazem rock sem firulas

Sons of Silver lança um ótimo álbum de estreia, e compositores dos grupos Suede, Teenage Fanclub e Love and Money se reúnem para um disco de inéditas

ROCK

Sons of Silver segue a cartilha básica da guitarra

Ninguém é jovenzinho na banda californiana Sons of Silver. Seu líder, o cantor e vocalista Peter Argyropoulos, rodou bastante tempo com um projeto anterior, Pete RG, que chegou a gravar o álbum “Tender Souls”, em 2016, sem grande repercussão. Todos na atual formação do Sons of Silver têm boa rodagem, entre eles a tecladista e vocalista Brina Kabler, mulher de Peter, e o baterista Marc Slutsky, que já percorreu o mundo acompanhando Peter Murphy (ex-Bauhaus). Neste mês, a banda finalmente soltou o primeiro álbum, “Runaway Emotions”, basicamente de rock forte, básico, sem firulas, apenas um pé no blues aqui ou ali. Um rock “adulto”, ou, como preferem alguns, música de bebedor de cerveja. Quando Peter fala de suas influências, é praticamente uma lista de favoritos da TORPEDO: Bruce Springsteen, Neil Young, The Clash, The Cult... Algumas faixas já têm videoclipes nas redes, e basta ver um deles para perceber que a pegada simples e direta do som também passa ao visual. Nada de filminhos com roteiro, atores, animações ou qualquer outra coisa. Apenas a banda tocando, simples assim. É bom conferir em “Running Out of Words”. “Giving It Back” ou “Just Getting Started” (clique nos títulos para ver). O Sons of Silver não inova em absolutamente nada, mas cumpre um papel importante na cena: fazer aquilo que muita gente gosta de ouvir demonstrando ainda uma vontade de ganhar o mundo.

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SONGWRITERS

Três veteranos do rock britânico unem suas forças

O momento atual, em qualquer atividade, exige de todos disposição para se reinventar. Na música, então, é fazer isso ou então cair fora do cenário. E entre as novidades recentes está o trio Butler, Blake & Grant. Três veteranos cantando músicas ao violão. Canções bonitas, sólidas, de letras atraentes. Gostar do grupo é fácil, basta ouvir e sair cantarolando. Mas é importante saber o que existe por trás desses nomes. O inglês Bernard Butler, 54, foi o primeiro guitarrista do Suede, e é responsável pelo som peculiar dos dois primeiros álbuns da banda, “Suede” (1993) e “Dog Man Star” (1994). Formou com o vocalista Brett Anderson uma espécie de Jagger & Richards do Britpop. Depois, gravou ótimo álbuns solo e produziu muita gente boa. O escocês Norman Blake, 59, é guitarrista e vocalista do Teenage Fanclub, banda seminal do indie que virá fazer show em São Paulo em setembro. E o também escocês James Grant liderou nos anos 1980 a banda Love and Money, que alcançou as paradas. De 1998, para cá, lançou seis álbuns solo. Em 2022, os três se reuniram para um show no festival escocês Celtic Connections, apresentando canções dos antigos repertórios de cada um. A ideia de um disco e uma turnê com material inédito foi maturada por dois anos, e agora eles lançam o álbum “Butler, Blake & Grant”, que sai em março pelo selo 355 Records, do ex-guitarrista do Suede. Por enquanto, eles soltaram o single “Bring an End” (clique no título para ver o clipe). O resto do repertório já foi mostrado em alguns shows pequenos. O curioso é que o material novo não tem parcerias de composição. Cada um trouxe um pacote de canções próprias e escolheram as dez melhores para o álbum. Para quem se liga na história do rock, o trio é imperdível.

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COVER DO MÊS

BRIGITTE CALLS ME BABY – “Careless Whispers”

A banda de Chicago foi destaque da TORPEDO número 11, de 9 de novembro de 2023, ainda antes de lançar seu primeiro álbum. Ser um grupo que parece ter o Elvis Presley cantando no Strokes impressiona. O vocalista Wes Leavins é realmente uma força da natureza. O Brigitte Calls Me Baby foi ganhando público, em inúmeros programas de TV nos Estados Unidos, e o álbum “The Future Is Our Way Out” veio em agosto de 2024. Para iniciar um ano de 2025 que deve ter o quinteto tocando nos principais festivais de verão nos EUA e no Reino Unido, eles lançaram no último dia 20 seu sétimo single. E a surpresa é ser um cover de “Careless Whispers”, megahit de George Michael lançado em single solo quando ele ainda era da dupla Wham!. Na versão da banda americana, a música foi acelerada. Perdeu um certo ar brega que sempre agradou a todo mundo, mas agora virou bom rock and roll. Clique aqui.

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CANÇÕES NOVAS QUE VALE A PENA OUVIR

LORD HURON & KRISTEN STEWART - “Who Laughs Last”

Não é novidade atrizes jovens de sucesso se arriscarem cantando. Só para ficar nas mais recentes, é possível lembrar de Juliette Lewis e Scarlett Johansson. A bola da vez agora é Kristen Stewart, que despontou como a Bela da saga “Crepúsculo” e depois partiu para uma carreira de filme interessantes e performances elogiadas. Entre eles, a adaptação de “On the Road”, de Jack Kerouac, dirigida por Walter Salles. O grupo de indie folk Lord Huron, com 15 anos de estrada e ainda limitado a um público cult, chamou Kristen para cantar e atuar no clipe de “Who Laughs Last”, que estreou há cinco dias. O vídeo é sombrio, esquisito, e boa parte da participação de Kristen é mais falando do que propriamente cantando, mas sem dúvida conseguiu atrair a atenção de todo mundo. Até da TORPEDO. Clique aqui.

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THE ALARM - “Chimera”

Formado em 1981, logo de cara o Alarm foi jogado pela imprensa britânica num balaio de bandas que foi chamado de “Big Music”. Eram grupos com um rock de arena pomposo, furioso, como U2 e Big Country. O Alarm, liderado pelo guitarrista e vocalista Mike Peters, teve seus momentos de fama, mas depois estacionou numa faixa de público fiel, mas modesta. No entanto, o grupo nunca parou, lançando 21 álbuns até hoje, seis deles apenas de 2018 para cá. Agora, preparando álbum para este ano, a banda está com clipe novo de alta rotação nas plataformas, “Chimera”. Talvez seja uma redenção do Alarm para um número maior de fãs. Clique aqui.

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NIA NADURATA - “Practice”

Cair nas graças do público é um dos mistérios insondáveis da música pop. Por que uma banda faz sucesso, enquanto outra bem parecida não consegue? Numa época em que uma breve investigação no YouTube pode apresentar dezenas, quem sabe centenas de cantoras jovens, por algum motivo o raio caiu em Nia Nadurata. De sua casa em Toronto, ela dispara vídeos pelas redes há dois anos. No dia 3 de janeiro, soltou seu primeiro EP, “Still Living with My Parents”, e em poucas semanas ela lançou videoclipes de todas as seis faixas. E viralizou geral. Basta ver “Practice”, uma pérola pop, para sentir que ela tem potencial. Se vai ser uma nova Olivia Rodrigo, só o tempo vai dizer. E provavelmente vai dizer isso rapidamente. Clique aqui.

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