TORPEDO Som # 11 - Chloe Slater não perdoa sua própria geração

Cantora inglesa ocupa cada vez mais espaço nas paradas com críticas pesadas a uma juventude apática diante dos desvarios dos políticos britânicos

ROCK

Crítica social vira apelo pop com Chloe Slater

Chloe Slater foi assunto na edição 33 da TORPEDO, disparada em 24 de maio do ano passado. A jovem cantora e compositora inglesa de 21 anos surgia em seus clipes feitos diretamente para as redes sociais, com uma língua afiada na crítica aos jovens de sua geração. A linguagem de seus versos era colada na comunicação coloquial, e ainda é, como se fosse alguém batendo boca em uma discussão política num pub qualquer. Já no início da carreira, a força das letras dava o tom diferente de Chloe, tanto que ela adora lançar lyric videos, com os versos impressos na tela. Mas, poesia à parte, era preciso reconhecer a força musical de canções que estavam no EP de estreia, “You Can’t Put a Price on Fun”. Menos de um ano depois, chega agora o segundo EP, “Love Me Please”, e o que já era bom ficou melhor. Nos primeiros singles extraídos do disco, ela optou por vídeos mais conceituais, em “climão”, nas faixas “Fig Tree” e “Tiny Screens” (clique nos títulos para ver). Mas neles ela não dá sinais de estar muito à vontade tendo de atuar um pouco. Ela demonstra descontração no clipe mais recente, a incrível “Sucker”, no qual aparece cantando e tocando guitarra ao lado de sua banda de apoio de meninos. Chloe Slater é muito boa ao gravar sua canções, mas é melhor ainda no palco. E a dica de maio passado ainda vale. É divertido acompanhar Chloe no Instagram, no YouTube e no TikTok, porque a produção dela nessas plataformas é enorme, com muita coisa só encontradas ali.

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NEW BRITPOP

Courting pega carona no som dos gigantes britânicos

Courting é uma banda formada em Liverpool, mas parece mesmo um grupo de Manchester. Afinal, Stone Roses e Oasis estão jogados em doses fartas no som do quarteto formado por Sean Murphy-O’Neill (vocal), Joshua Cope (guitarra), Connor McCann (baixo) e Sean Thomas (bateria). Juntos desde 2018, já tiveram muitos rótulos colados à banda pelos críticos, como punk, post-punk, hyperpop, powerpop e art punk, seja lá o que este último queira indicar. No fundo, é rock pegajoso, de sair assobiando acompanhando a música. Tem um pé no som viajandão do Stone Roses, mas o outro pé fica ancorado nas influências de Beatles passadas pelo filtro do Oasis. Depois de dois álbuns independentes, “Guitar Music” (2022) e “New Last Name” (2024), a banda vai lançar agora seu trabalho mais ambicioso, “Lust For Life”, que na verdade oficialmente se chama “Lust For Life, or How to Thread the Needle and Come Out the Other Side to Tell the Story”, mas ninguém consegue levar isso tudo a sério. O que importa mesmo é que os dois singles já vazados são incríveis, “After You” e “Pause at You” (clique nos títulos para ver os clipes). Para comparar e ver o amadurecimento da banda, eis dois hits dos outros álbuns, “Flex” e “We Look Good Together (Big Words)”. Como atestado do barulho que o álbum novo já está provocando, a banda acertou a participação em nove festivais do próximo verão europeu.

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CANÇÕES NOVAS QUE VALE A PENA OUVIR

STEREOPHONICS - “There’s Always Gonna Be Something”

Os galeses do Stereophonics merecem respeito pelos 33 anos de estrada. Nesse período, gravaram uma dúzia de álbuns e simplesmente oito deles chegaram ao topo da parada britânica, inclusive o trabalho mais recente, “Oochya!”, de 2022. Em todos, uma sonoridade que nunca seguiu as modas do mercado fonográfico. Apenas rock básico, com algumas baladas marcantes. Agora, eles preparam o lançamento do álbum “Make ’em Laugh, Make ’em Cry, Make ’em Wait”. A banda liderada pelo vocalista e guitarrista Kelly Jones adiantou o clipe de “There’s Always Gonna Be Something” e a canção se tornou a mais acessada nas plataformas digitais da Inglaterra em janeiro. Clique aqui.

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TENNIS – “Weight of Desire”

Quando o Tennis deu as caras, em 2010, o mundo do rock estava sendo sacudido pelo White Stripes. O sucesso absurdo de Jack e Meg White provocou uma reação imediata de todas as gravadoras, que passaram a ir atrás de outras duplas, acreditando mais na forma do que no conteúdo. O Tennis, com Alaina Moore, nos vocais, guitarra e teclados, e Patrick Riley, guitarrista e baixista, estreou com um disco delicioso, “Cape Dory”. O estilo era puro dreampop, com vocais etéreos. Hoje, seis álbuns depois e nenhum deles estourado nas paradas, eles querem dar mais uma chance ao sucesso. Do disco que sairá logo, eles anteciparam o clipe de “Weight of Desire”. Clique aqui.

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PRIMA QUEEN - “The Prize”

Formada em 2020, a banda britânica de garotas Prima Queen vem buscando o pop perfeito a cada novo single. Estão muito perto de alcançar o que querem. E assim, quem sabe, perder a fama de ser uma banda melhor ao vivo do que no estúdio. O engraçado nos videoclipes do grupo é a mania de brincar com esportes, contando historinhas de meninas que não se dão muito bem como atletas. A poderosa “The Prize”, saindo do forno, tem o clipe ambientado em um ringue de patinação. “Fool”, outra música recente, tem um clipe gravado numa pista de atletismo. E “Dylan”, single lançado no ano passado, foi gravado durante uma aula de hidroginástica. Clique aqui.

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BRYAN ADAMS - “Roll with the Punches”

Quando apareceu, no início dos anos 1980, o canadense Bryan Adams foi classificado como mais um querendo seguir a trilha de roqueiro macho alfa de Bruce Springsteen. Para piorar, ouvintes de rádio confundiam sua voz rouca com a de Rod Stewart. Mas ele saiu da sombra desses dois, virou um rockstar global e teve pelo menos duas décadas de muito sucesso. Agora, vive uma fase de baixa, sem a repercussão que já teve. Mas Adams quer mudar o jogo com um novo álbum, e soltou há cinco dias o clipe da canção que dá título ao disco. Para quem é fã, a boa notícia é que “Roll with the Punches” segue o hard rock que ele sabe fazer. Som de tiozão. Clique aqui.

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